Os últimos 10 dias configuram, possivelmente, o período mais marcante da economia global nos últimos cinco anos. As mudanças em curso têm potencial para desencadear um processo de reconfiguração estrutural das relações comerciais e financeiras internacionais que não se via há décadas.
Após meses de expectativas e sinais ambíguos, a escalada da guerra comercial finalmente se concretizou. O presidente dos EUA, Donald Trump abandonou o tom relativamente conciliador adotado no início de seu mandato e deu início a uma ofensiva tarifária com implicações globais significativas.
O anúncio de tarifas recíprocas, que no caso da China já somam impressionantes 104%, e a resposta do governo chinês — com a elevação das tarifas sobre produtos norte-americanos para 84%, anunciada nesta quarta (09) — deflagraram uma onda de turbulência nos mercados, especialmente no câmbio.
A moeda brasileira, que vinha se destacando entre os emergentes com desempenho positivo nos primeiros três meses do ano, inverteu sua trajetória. Na última semana, o real foi a terceira moeda que mais se desvalorizou no mundo, atrás apenas do dinar líbio e do bolívar venezuelano.
O dólar, que chegou a ser negociado a R$5,59 no dia 3 de abril, atingiu R$6,11 nos primeiros minutos do pregão desta quarta-feira. Desde o início de abril, o real já acumula perdas de 6,6%, desempenho que o coloca como a segunda moeda emergente com pior performance no período, superado apenas pelo rand sul-africano, que recua 8,1%.
O ambiente de aversão a risco, alimentado pela incerteza em torno das cadeias globais de suprimento e pelo temor de uma desaceleração sincronizada da atividade econômica mundial, deverá continuar pressionando ativos de países emergentes nas próximas semanas.
Real x Dólar
Remessa Online
0 Comentários